sábado, 24 de dezembro de 2011

Verso de Natal

Verso de Natal
Rio de Janeiro, 24/12/1996

O tempo caminha.
Hoje é dia de pensar
em todas as pessoas
presentes ou não
e sorrir.
Hoje é dia de vencer
todas as barreiras
com peito aberto
e sorrir.
Hoje é dia de olhar
tudo e todos a sua volta
e buscar a paz
sorrindo.
Hoje é Natal,
um dia de amor;
para sempre um dia de amor;
temos de ser fortes.
E o caminho já vai longo.

Daniel Braga

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Tarde de Sol

Tarde de Sol
Rio de Janeiro, 18/04/1997

Como é maravilhoso
sentir a vida.
Sentir que está vivo.
A cada desafio
um grande momento.
A cada volta
mais rostos.
Deixar que apenas
tudo corra,
tudo viva,
sem a preocupação
do certo
e do errado.
Natural
e sincero.
São mil fórmulas,
são mil caminhos
e uma só vida
para ser feliz.

Daniel Braga

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Raquel II

Raquel II
Rio de Janeiro, 31/01/1996


Sweet Dreams by Jacqui Faye
Como uma Valquíria,
          trazes as asas da vitória na cabeça.
Como uma Vênus de Millos,
          trazes a beleza em seu corpo.
Como Morfeus,
          fazes os outros sonharem.
Como Mulher,
          és única.

Linda,
          és a pura luz.
Forte,
          és o puro aço.
Delicada,
          és como o lírio.
Sempre,
            única.

Daniel Braga

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Sonho de Paixão

Sonho de Paixão
Rio de Janeiro, 18/04/1997

O amor
ainda é
a flor mais bela
que alguém pode ter.

E eternizar-se
em toques
e carinhos
e sorrisos
e beicinhos.
Olhares que
prendem os
mais fortes
e protegem
os mais fracos.
São lembranças
de peles macias,
lábios molhados
e cheiro de vida.

O amor
ainda é
a flor mais bela
que alguém pode ter.

Daniel Braga

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Escalada

Escalada
Rio de Janeiro, 01/11/2011


Meteora, Grécia (Fonte: Blog Zel.com.br)

Perdi a trilha
em meio ao nevoeiro.
Não vejo o caminho
mas ele está lá
em algum lugar.

Me vejo entre rochas.
São paredões de pedra
enormes, frios e estranhos.
Mas eu sabia
que teriam lugares assim.

Me deparo com o muro.
Para trás o nevoeiro.
Para cima o mistério.
Preciso tomar coragem
para começar a subir.

O caminho nem sempre
é plano ou fácil.
Ele pode ser estranho,
diferente e árduo
mas sempre está ali.

Por onde devo subir?

Daniel Braga

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Chuva fina

Chuva fina
Rio de Janeiro, 31/10/2011


A chuva por Juliana Sheid

Chove na cidade,
chuva fina,
gota,
lágrima.
Choro que teimo
não verter.
Emoções perdidas,
momentos de um talvez.
Cenas cortadas.
No peito ecoa
um grito abafado
que nunca será ouvido.
Me resta apenas
sentir a chuva fina,
pranto da alma,
que pela previsão
é apenas o prelúdio
de um novo tempo.

Daniel Braga

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Poeira ao Vento

Poeira ao Vento
Rio de Janeiro, 26/10/2011

Não achei referência ao fotógrafo.

Sou como poeira ao vento
levado pelo sabor da vida
sem rumo, nem prumo.

Mas o vento é sábio
e a cada lufada
transforma, cria e muda.

Alguns momentos no céu.
Em outros no chão.
Mas sem nunca parar.

Antes eu tinha medo
mas agora entendo
que o vento é bom.

Que me leve então
onde desejar e quiser
pois estarei bem.

Sou como poeira ao vento
levado ao sabor da vida
e agora tenho o norte como rumo.

Daniel Braga

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Paleta de pintura

Paleta de pintura
Rio de Janeiro, 25/10/2011


Paleta Shokichi Takati.

O que fazer
quando olhamos
e só vemos
tons de cinza?

Tudo está colorido
e o mundo segue bem
mas dentro de nós
as cores se misturaam.

Quem vai entender
esta paleta?

Daniel Braga

sábado, 22 de outubro de 2011

Balanço da vida

Balanço da vida
Rio de Janeiro, 21/10/2011


Não achei referência ao fotógrafo.

A vida tem sido
uma severe professora.
Suas lições hoje
me fazem refletir
que vivi um passado
galgado em ignorância,
soberba e luxúria.
Recomeço minha vida
sem tempo de viver
aproveitando o que sobrou.
Meu legado eu sei
é o triste exemplo
do que não dever ser feito.

E o saldo final, ironicamente
não viverei para entender.

Daniel Braga

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Filme sem cortes

Filme sem cortes
Rio de Janeiro, 19/10/2011



Não achei referência ao fotógrafo.
Hoje o desânimo me atacou
forte e sem aviso.
Incompetência da vida.

Antigas imagens
de um velho filme
que não quero lembrar
voltam vivas
como só o ontem
consegue ser.

Maldita seja então
a versão do diretor
sem cortes nem edição
mostrando em cores vivas
as cenas sem perdão.
Um inútil documentário.

E os erros foram muitos
para agora me mostrar
que preciso rever tudo,
conceitos e atitudes,
pensamentos e ações,
pois ainda há algum tempo.

Hoje o desânimo me atacou
forte e sem aviso
e me fez pensar sobre a vida...

Daniel Braga

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Encontros pela vida

Encontros pela vida
São Paulo, 19/04/2011

Não achei a referência ao pintor.
Algumas mulheres
valem uma noite.

Algumas mulheres
valem uma vida.

Seja qual for o tempo
que você tenha
viva-o intensamente.

Devemos apenas
nos permitir ser,
realmente sentir,
para poder
então entender
que o tempo
pode eternizar
a maravilha
do que buscamos:
viver!

Daniel Braga

sábado, 1 de outubro de 2011

Lágrimas de um gárgula

Lágrimas de um gárgula
Rio de Janeiro, 18/04/1997

Estranha
é a sensação
de nostalgia.
Viver
com os momentos
de outrora,
bons e ruins.
Muitas vezes
se sofre pelos erros,
pelo que não foi dito,
pelo que não foi feito.
Outras,
são chopps solitários
em mesas de bar.
Engraçado,
a boêmia
mantém muitas lembranças
e com uma caneta de garçom
que escorrega por guardanapos
em movimentos
ordenados de paixão
cria-se as páginas
de um homem,
que já amou
e que vive
vagando pelas esquinas de si mesmo.
A noite é boa,
é calma
e o acolhe,
sem nada falar,
sem lhe criticar.
Acostumado,
ele segue.
Somente divide
suas coisas
com sua angústia.
Mas ao perguntar
se ele não gostaria
de amar alguém,
verá a dúvida e
o medo.
Sofrer não está
nos planos de ninguém,
e o homem já sentiu
muito forte
os dois lados
e sabe que eles não
caminham separados.
Aos poucos
seu muro fica maior,
a fechadura de seu baú
fica mais emperrada
e em si ele se fecha.
Sua figura é forte
e enigmática,
formas de esconder
seus anseios,
seus fantasmas,
suas infantilidades.
Seus amigos
sentem pena.
Suas mulheres
não entendem.
Sua família
tem medo,
de sua loucura e
seu desespero.
Suas emoções
são como um vulcão,
incontrolável,
magnífico e
lindo.
Mas suas explosões
são escondidas
e se demonstram
por um choro,
o choro de uma estátua.
Gotas que resumem
muitas palavras,
muitos momentos,
muitas atitudes.
São lágrimas de um gárgula
que tem o dom
de espantar os fantasmas
de quem conhece
mas não sabe lidar
com seus próprios.
Coisas que só ele conhece,
rachaduras e feridas,
pedra e carne,
fingir e sentir.
E o homem segue
com suas músicas de fundo
que só ele ouve
no drama
que ele próprio criou.
Cansado
ele ri da vida
e se diz apaixonado
por ela.
Mal sabe ele
que a está traindo
por não estar vivendo.
Viver com pressa!
Com paixão!
Com vontade de gritar para todos
que é feliz!
Será que existe
a felicidade para ele?
E o amor?
Enquanto isso,
por dentro
seu pranto aumenta,
e ele só tem uma certeza
que são sim,
lágrimas de um gárgula.

Daniel Braga

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Deserto de mim

Deserto de mim
Rio de Janeiro, 28/09/2011

Não achei referência ao fotógrafo.
Acordei seco
de sentimento.
Folha morta, graveto.
Secura de emoção.

Terra batida.
Arrasada.
Rachaduras da vida.
Erosão.

Hoje nada brota
deste deserto
nem mesmo espinho
nesta vastidão.

Sol que castiga
sem dó nem perdão.
Deserto da vida.
Secura do coração.

Semente teimosa
pode tentar brotar
mas antes disto
precisará esperar.

Pois água não se vê
e a muito então
nem nuvem pelo céu.
Que lindo azulão.

Beleza do deserto.
Memórias que se vão.
Poeira e vento
passeiam pela solidão.

Acordei seco
de sentimento.
Folha morta, graveto.
Secura de emoção.

Daniel Braga

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Uma boa cerveja

Uma boa cerveja
Rio de Janeiro, 29/09/2011

Não achei referência ao fotógrafo.
Sentado no bar da vida
pedi uma boa cerveja
fermentada de solidão.
Uma amargura inicial
com aroma forte de coragem
balanceada em fé
me embriagando docemente.

Garrafas sem fim
onde misturo os fatos da vida
que decantam de minha mente.
Leve torpor de melancolia
queimada pela vontade de viver
deixando um bom colarinho
branco de paz.

Gostosa cerveja
apreciada em cada gole
Servida em copo congelado
onde brinco e rabisco
sonhos e desejos
que somem com o tempo
que apesar de tudo nos aquece.

Daniel Braga

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Quem vai saber?

Quem vai saber?
New York, 22/09/2011



Não achei referencia ao fotógrafo.
Como imaginar
voo tão alto?
Como saber
dos momentos da vida?

Oportunidade
única e primeira.
Sentimento
leve e saudoso.

Sorrir ao vento
vendo o tempo brincar.
Olhar ao redor
sabendo como agradecer.

E uma velha pergunta
do tempo de moleque
resolve então aparecer...

Quem vai saber?

Daniel Braga

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Irmandade

Irmandade
Rio de Janeiro, 20/09/1990

A primeira,
            como uma bonequinha de porcelana, é.
            Que não pode ser sempre tocada,
            só observada.
            É a primeira,
                        por ser a caçula.

A segunda,
            como uma flor, é.
            Igual a flor do Pequeno Príncipe,
            cultivada com amor.
            É a segunda,
                        por ser a do meio.

A terceira,
            como o mar, é.
            Um lindo mistério,
            a ser descoberto.
            É a terceira,
                        por ser a mais velha.

O quarto,
            Um irmão é.
            Um homem em quem confio,
            e que ajudarei pela minha vida.
            É o quarto,
                        pois é homem.

Formam, comigo, a Irmandade,
confraternização unida pela
amizade e amor.

Daniel Braga

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Dias chuvosos

Dias chuvosos
Rio de Janeiro, 15/09/2011


Não achei referência ao fotógrafo.
A chuva cai leve
como o choro da alma
molhando o que toca
e chegando nos recantos
escondidos da vida.

A chuva lava tudo
enquanto passa
para bem ou mal
revelando, cruel
sonhos e a realidade.

A chuva toca alguns
molhando o espírito
regando um peito seco
na simples esperança
de ver algo brotar.

A chuva acaba uma hora
e o sol toma a cena
trazendo luz a tudo.
Mas no fundo sabemos
que a nuvem está lá.

Alguma hora é certo
a chuva cairá de novo.

Daniel Braga

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Acampamento de mim

Acampamento de mim
Rio de Janeiro, 13/04/1997

Eu entendo
porque adoro acampar,
só tenho a mim
e só posso contar
comigo.
Lá sou rei
e vassalo.
Lá estou só
e vivo.
Mas será que a vida
é como um acampamento?
Será que sempre
vou me deitar
em meu saco de dormir?
Não busco alguém
que não conheço
e isto é certo,
mas não procuro
quem encontro
e isto é errado.
Talvez eu tenha
de sair da minha barraca,
e ver o sol.

Daniel Braga