sexta-feira, 29 de abril de 2011

Montanhas no caminho

Montanhas no caminho
Rio de Janeiro, 28/04/2011


Não achei referência ao autor
A brisa gelada me envolveu
e tremendo percebi
que o frio me alertava
para mudanças que viriam
no caminho.

Não sou mais quem era.
Hoje estou sozinho
na grande estrada.
Mas não devo parar
pois o sol brilha no fim.

Intempéries, desafios,
obstáculos e bifurcações
sempre vão existir.
Acampando na trilha
penso neles sempre.

São eles que nos ensinam
que sempre existe uma saída,
um caminho ou uma nova visão.
Basta estarmos em paz
para alcançarmos e trilharmos.

A brasa apaga-se aos poucos
mostrando-me que devo andar.
O frio é um estranho aliado.
Levanto-me e sigo firme
dando meus passos no presente.

O caminho está subindo
e ao longe vejo montanhas.
Enormes cadeias e picos elevados.
Devo seguir e sobrepujá-las
para perceber que não existe fim.

A estrada segue sinuosa.
Eu continuo a caminhar
trazendo no peito o que posso,
a fé, o amor, a dor, a força e a esperança
pois tenho apenas isto.

O vento frio assobia sua triste canção
que me mantém acordado.
Não temo o caminho que se mostra.
Sigo com firmeza com meus passos duros
sem saber para onde irei, mas andando, sempre...

Daniel Braga

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Bouquet de flores

Bouquet de flores
São Paulo, 12/04/2011



Foto do site Uniflores.com
Quem não gosta de flores receber
não conhece os mistérios
que se encerram cada botão
e quem diz conhecer, mente.

Precisamos de cada bouquet
para tentar endender
que o amor, em seu infinito
pode se resumir
num simples e belo
botão de rosas.

Daniel Braga

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Poema Perfume

Poema Perfume
Rio de Janeiro, 26/04/2011


Wall painting of girl from Villa Farnesina - Terme Museum, end 1st century BCE.
Essência de vida.
Raro aroma.
Cheiro de paixão.
Detalhe de amor.

Busca de serenidade.
Loucura engarrafada
Sentimento destilado.
Aventura sem fim.

Busco teu sentido.
Vago em tua beleza.
Penso em tua emoção.

Bálsamo raro.
Raríssimo desejo.
Perfume de poema.

Daniel Braga

terça-feira, 26 de abril de 2011

Coração anestesiado

Coração anestesiado
Rio de Janeiro, 26/04/2011


Still life by Paul Telford
Tem certos dias que acordamos
e sem querer percebemos
que o coração está anestesiado.
Paixão de momento
ou sentimento eterno,
não sabemos, apenas sentimos.
Ele despertou sentindo paixão,
curtindo emoção.
Precisamos saber que nestes dias
devemos degustar, sentir e amar.
Não é sempre que levantamos assim
com o coração apaixonado
sem motivo aparente,
anestesiado somente.

Daniel Braga

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Coisa de peito

Coisa de peito
Rio de Janeiro, 22/04/2011


Spring Romance by Jamie Williams
Peito a gente não manda.
Peito a gente obedece.
Peito a gente sente,
sofre e ama.

Peito é caos.
Peito é vida.
Peito é desejo,
liberdade e amor.

Peito não se tranca.
Peito não se ignora.
Peito acontece
sem te perguntar.

Só podemos ouví-lo
sem questionar
pois quem somos nós
senão feitos para amar.

Daniel Braga

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Pequenas certezas

Pequenas certezas
Rio de Janeiro, 19/04/2011


Foto tirada por Daniela Canhaci
Se não for você
será alguém.
Se não for agora
será depois.
Se não for bom
alguma hora será.
Se não for amor
será amizade.
Se não for sonho
será real.
Se não for paixão
será poesia.

E os dias
continuarão lindos
faça chuva ou sol!

Daniel Braga

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Piscada de olho

Piscada de olho
Rio de Janeiro, 08/04/2011

Caminho da serra by Cleide Dérrê.
Quem somos?
O que procuramos?
Quem amamos?
O que tememos?
Quanto vivemos?
O que vivemos?
Quem admiramos?
Quem respeitamos?
Quando paramos?
Quando seguimos?

Numa piscada de olho
as dúvidas desaparecem
pois sabemos
que não desenhamos
a longa estrada.
Ela está lá
e devemos trilhá-la
da melhor forma
que pudermos.

Daniel Braga

terça-feira, 19 de abril de 2011

Quem está preparado?

Quem está preparado?
Rio de Janeiro, 19/04/2011

Não achei referência ao fotógrafo.
Quem está preparado?
        Não se sabe
                nem se conhece

Sempre existe o momento
em que o coração
bate mais forte.

A perna bambeia,
a barriga esfria
e a boca seca.

Os planos se perdem
dando lugar então
aos sonhos e desejos.

Mesmo sem querer
vamos nos entregar
e mais uma vez sentir.

Quem está preparado?
        Não se sabe
                nem se conhece

Só nos resta seguir
sem pensar tanto
mas sempre tentando...

Daniel Braga

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Alma do poeta

Alma do poeta
Rio de Janeiro, 18/04/2011


Large Food Display - Georg Flegel
A alma do poeta tem fome.
Fome que se alimenta
de muita alegria,
de muita saudade,
de muita tristeza,
e de muita,
muita paixão.

A alma do poeta tem sede.
Sede que bebe
de muito amor,
de muito choro,
de muito calor,
e de muitos,
muitos sonhos.

E o resto
ele leva bem
em sua vida
desde que sua alma
esteja saciada!

Daniel Braga

sábado, 16 de abril de 2011

Reflexão sobre a paixão

Reflexão sobre a paixão
Rio de Janeiro, 14/04/2011


Tender Passion by Talantbek Chekirov
O sentimento do tempo
em ser curto ou não
depende da intensidade
exclusiva da paixão.

A lembrança do estar
em ser boa ou não
depende da intensidade
exclusiva da paixão.

A eternidade do momento
em existir ou não
depende da intensidade
exclusiva da paixão.

Paixão,
     sentida,
          lembrada
               e eterna.

Paixão,
     que busco,
          que espero
               e que eternizarei em versos...

Daniel Braga

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Arriscar

Arriscar
Rio de Janeiro, 14/04/2011

Não achei referência ao fotógrafo.
Dá medo.
Nos impulsiona.
Nos posiciona.
Frio na barriga.
Gera tensão.
Causa ilusão.
Nos faz sonhar.

Só nos resta arriscar
sem nem pensar
nem onde e nem como
iremos parar...

Daniel Braga

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Olhando o céu

Olhando o céu
Rio de Janeiro, 13/04/2011

Não achei referência ao fotógrafo.
Não se enganem com as nuvens.
Por vezes claras.
Por vezes escuras.
Em formas mil.
Sem forma de vez em quando.
Certos dias lindas.
Alguns outros feias.
Tímidas em alguns momentos.
Ferozes em outros.
Elas são obstáculos.
Elas são sonhos.
Elas surgem.
mas alguma hora desaparecem.
Então veremos o horizonte,
longe, belo e misterioso.

As nuvens realmente nos enganam
pois estão mais perto
ou nos fazem sonhar que estão...

Daniel Braga

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Dia lindo

Dia lindo
Rio de Janeiro, 11/04/2011

Não achei referência ao fotógrafo.
Quando menos esperamos
surge um dia claro e belo,
azul intenso,
maravilhoso.

A felicidade
que buscamos
e por vezes não vemos
pode estar ali, simplesmente.

Os dias vão passar
ansiosos por nos mostrar
a beleza da vida
na imensidão de sua inocência.

Cabe a nós somente
olharmos para frente,
e abrirmos os olhos
para entendermos tudo.

Pois ainda teremos
muitos dias claros,
azuis, belos, intensos
e naturalmente maravilhosos.

Daniel Braga

terça-feira, 12 de abril de 2011

Melancolia

Melancolia
Rio de Janeiro, 07/04/2011

Não achei referência ao fotógrafo.
Sentimento estranho.
Não é tristeza.
Borra de emoção
que nos entorpece.
Suor da alma.
Tua essência é pura.

Degusto teu sabor,
amargo ao final.
Bebida fina e rara
que devidamente apreciada
anestesia os sentidos,
os amores e os sabores.

Hoje sei moldá-la.
Transformá-la em poemas.
Destilo palavras.
Pincelo emoções.
Esculpo suas torrentes
em estranhas criações.

Sem você não teria
válvula de escape,
freio ou senão.
És apenas melancolia,
bendita iguaria
de rara sensação.

Daniel Braga

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Meu caminho

Meu caminho
Rio de Janeiro, 07/04/2011

Não achei referência ao autor/fotógrafo.
As estradas do passado
já se perderam a muito
e na bifurcação do presente
olho os caminhos futuros.

As placas nada dizem
e nem tem como
pois nada sabem,
ainda.

A cada passo
novas possibilidades.
A cada movimento
novas situações.

Era noite quando sai,
perdido, do mausoléu
e senti que poderia
mais uma vez voar.

Mesmo assim
andar foi a opção
para aprender,
para entender.

Imagens distantes
não vejo mais de onde sai
porque olho o sol
facinado.

Norte sempre
reto e calmo.
O caminho não sei
mas não preciso saber.

Sei apenas
que preciso andar.
O caminho já vai longo
e não parece terminar...

Daniel Braga

domingo, 10 de abril de 2011

Flávia Costa

Flávia Costa
Rio de Janeiro, 18/04/1997

Foto tirada pela própria Flávia Costa no Deserto do Atacama.


Tu és louca.
Tu és frágil.
Esconde-se na imagem
de dominadora,
de impiedosa,
querendo um carinho
sincero,
um beijo
com amor
e então viver
um grande momento
só seu.
De amar sem medo.
De ser amada.
De ser admirada.
E saber que
em seu amor
encontraste teu porto seguro.

Daniel Braga

sábado, 9 de abril de 2011

Dias nublados

Dias nublados
Rio de Janeiro, 05/04/2011


Lagoa Rodrigo de Freitas - não achei referência ao fotógrafo.
Acordei nublado
na manhã da vida.

O dia está bonito.
Pessoas andam,
correm,
e a Lagoa
é a testemunha fiel
e silenciosa
da lágrima
que não cai.

Em tua águas
deixo meus medos,
alegrias
e sofrimentos
pois confio em ti.

Só me resta
te admirar.
Tu que és o espelho
de minha alma.

Bela,
enorme
e misteriosa.

Acordei nublado
na manhã da vida.

Daniel Braga

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Novas reflexões

Novas reflexões
Rio de Janeiro, 29/03/2011

Não achei referência ao fotógrafo.
Penso muito
na intensidade do ser,
especial,
único,
diferente.

Durante anos
sofri por isto.
Durante anos
senti por isto.
Mas hoje
me vejo apenas
alguém.
Não peno mais.
Curto,
vivo
e me sinto bem.

Intensidade dá medo
e medo cria distãncia.

Quem será intenso?
Quem quer realmente se entregar?
Quem não vai sentir medo?

E o mais importante:
O que isto importa?

Daniel Braga

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Navegantes sem rumo

Navegantes sem rumo
Rio de Janeiro, 04/04/2011


Storm at Sea, Lorraine Foster.
As ondas sem fim
do mar bravio da vida
nos arrastam.
Suas tempestades,
tormentas sem dó,
surgidas do acaso
mudam nossos rumos.
Nas calmarias
perdemos os sentidos
e pelos bons ventos
rezamos, ardentes,
para mais uma vez seguirmos.

Já não nos lembramos
porque nos atiramos
em águas tão ferozes
mas não importa mais.
Queremos apenas
um porto seguro
de onde possamos
vez por outra,
enfrentar as ondas bravias
certos de que
a qualquer momento
possamos descansar
nas calmas águas
da baía da felicidade.

Mas no horizonte
só vemos água.
Em nossos sonhos
estamos bem!

Daniel Braga

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Uma dose de vida

Uma dose de vida
Rio de Janeiro, 04/04/2011

Men A Glass Of Cocktail On The Bar Counter Art Painting/Print Artwork

Buscamos o que não entendemos.
Queremos o que não é nosso.
Sofremos sem necessidade.
Tentamos sem medo do final.
Lutamos por loucuras.
Criamos um futuro incerto.
Choramos pelo que não merece.
Amamos sem nos amar o bastante.

Vivemos o presente,
como bêbados
pelas ruas da vida
embriagados com o passado,
gritando bravatas pelo futuro
que não nos lembramos
no dia seguinte
quando voltamos
ao duro presente
na nossa ressaca de realidade.

Então continuamos buscando
                            o que não entendemos...

Daniel Braga

terça-feira, 5 de abril de 2011

Dançando no escuro

Dançando no escuro
Rio de Janeiro, 01/04/2011

Não achei referência ao fotógrafo.
O que passo hoje,
onde estou,
faz parte da magia
do que chamam viver.

Não sou responsável
por nada
e pensando bem
nem quero ser.

O vento me leva
em suas correntes
e seus sabores
quem pode prever?

Estamos apenas
dançando no escuro
e a linda música
nos pegou para valer.

Som do vento.
Força da vida.
Por mais que tente
não consigo entender.

Apesar das dúvidas
e dos medos,
mais maduro, hoje
não preciso saber.

Olho para frente
e o sol brilha forte
no horizonte da vida.
Quer vim ver?

Levanta e anda.
Percorre teu caminho.
Não critica nem pensa.
Vem apenas viver.

Daniel Braga

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Eco

Eco
Rio de Janeiro, 07/04/1997


O grito - Vicent van Gogh
Mais uma vez a música
ecoando no vazio de mim.
A cada eco
uma angústia
e a vontade de gritar.
Falar ao mundo
o que eu não sei.
Mostrar a todos
o que eu quero que vejam.
E a farsa se monta
no palco da vida.
Mas é um papel estranho
onde não posso falar.
Estou só
e continuo só.
Mais um eco.
Vivo fagulhas de felicidade
na escuridão de uma tristeza.
É frio
e estou com medo.
Medo de ficar sozinho.
Não me mexo
apavorado, não avanço.
Sou a mesma criança,
assustada.
E a cada música
um sentimento diferente.
Lembrança de rostos
que me ignoram.
E mais um eco.
Só me restaram
as linhas que escrevi.
Um mapa
que não esconde tesouros.
Onde piratas já navegaram
mas se perderam.
São águas bravas,
com rochedos perigosos.
Fica somente o mistério.
O meu mistério
e o eco.
Viver e não entender,
caminhar como um cego,
dando passos cuidadosos
e somente imaginando onde está.
Ouvir sons e palavras
duras sempre
e rir
sem ter porque.
A música se repete,
criando mais dores,
mais sonhos.
Preciso acordar para a vida,
e não só
ouvir ecos,
gritos de fantasmas que
à muito já morreram.
Pedaços de alguém
que já foi puro,
que já sorriu,
que já sonhou,
que já viveu
muito...
muito...
muito...

Daniel Braga

sábado, 2 de abril de 2011

Música

Música
Rio de Janeiro, 08/12/1996


Young Boy Playing Guitar por Norbert Goeneutte
 As músicas sempre me fizeram sonhar.
Toda minha pureza,
agora lembro ouvindo músicas
onde sonho momentos perfeitos.
Momentos que nunca vivi.
O medo está no sonho.
Será que poderei vivê-los?
Morrer não é o bastante
nem tem a glória da vida.
Alguns nascem para mostrar algo.
Vim para mostrar o que não sei.
E quando olho ao redor,
não vejo muito.
Vejo o vazio de todos.
Vejo que não sou vazio.
Só que não vivi,
para dizer que vivi.

Daniel Braga

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Apenas quero...

Apenas quero...
Rio de Janeiro, 31/03/2011



Couple by Natalia Tejera
Quero a vontade de estar junto
do desejo à paixão.

Quero tudo de você
da libido ao tesão.

Quero muitos momentos
da loucura à imaginação.

Quero ser único
do sonho ao vão.

Quero viver
apenas o bastante
sabendo que ali
naquele pequeno instante
sentiu-se sem saber
e o impossível se fez
sem ao menos entender
como o inesperado surgiu
e do acaso nos ater
que foi apenas belo
e sem se comprometer
tornou-se então, eterno.

Daniel Braga