quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sonho de Inverno

Sonho de Inverno
Rio de Janeiro, 08/04/1997

Moonlight by Suzanne Mays-Wentzell
Vivo o inverno de mim.
Onde estão todos?
Quem poderá me distrair.
Estou sonhando
enquanto hiberno.
São sonhos pesados,
de uma vida inteira,
que carrega uma mágoa,
que está ferida,
que está só.
Quem sabe alguém aparece
e me acorda
bem mansinho
e me mostra
que já é primavera
que é tempo de rir,
que é tempo de criar,
que é tempo de viver!

Daniel Braga

terça-feira, 28 de junho de 2011

Vales do caminho

Vales do caminho
Rio de Janeiro, 27/06/2011

Não achei referência ao fotógrafo.
Assim são os vales
alguns curtos, outros longos.

Eles nos mostram
o orvalho de nossas lágrimas
e o frio de nossas decisões.
São lugares que teremos de trilhar
sem que possamos ao menos imaginar
quando porventura irão terminar.
Por vezes feios, por vezes tristes,
fazem parte da jornada somente.

Penso como não sofrer
sabendo que estou longe,
longe demais de você.
Meu peito parece inchar,
sensação que irá explodir.
Sentimentos que como bruma
cobrem as pradarias do vale
enevoando as trilhas
e escondendo velhas verdades.
Só me resta então contemplá-lo
para entender sua importância
e de como é bom demais
apenas ter você.

E assim quando o caminho
mais uma vez subir e mudar,
eu possa me virar e saber
que ali ficou um lugar
repleto de emoção,
sofrimento e reflexão.

Assim são os vales
alguns curtos, outros longos.

Daniel Braga

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Conversa com Deus

Conversa com Deus
Rio de Janeiro, 27/06/2011


Não achei referência ao pintor.
Por longos trinta e seis anos
teimoso não ouvi Tua música
de belos e justos acordes.

Por muito tempo realmente
ignorei teus sinais tão claros
como a luz que emana de Ti.

Eu era a vinha seca que morria
e que ano a ano Tu fertilizava
guardando esperança sempre.

Em minha soberba pensava
que poderia ser o timoneiro
sem nunca ter visto o mar.

Hoje trilho um caminho reto
que busca ao norte longínquo
a luz cálida de Tua paz.

Percebo agora que o fardo,
pesado que era, permanece
mas em Ti tenho um amigo.

Vou continuar meus passos
sabendo que não estou só
e espero poder sonhar de novo.

O norte sempre a frente
me mostra no horizonte
que longe está o fim.

Não desanimo nem paro.
Não é o que Queres de mim
e busco minhas forças outra vez.

Agradeço-te pelo dia e pela noite,
por minha filha e meu caminho,
pela vida e por tua amizade.

Obrigado Pai!

Daniel Braga

domingo, 26 de junho de 2011

Cantando juntos

Cantando juntos
Rio de Janeiro, 26/06/2011


Luiza e eu - amigos para sempre!
Entender o novo
mesmo sabendo
que corta fundo.

Viver sem você
e buscar entender
os novos caminhos.

Ouvir Tempo Perdido, no carro,
e segurar o choro, emocionado
enquanto juntos cantávamos.

A vida segue em frente
por mais que o coração
teime em sentir.

Então pasmo constato
que cada pensamento meu
resume-se em você Luiza.

Mas o tempo não está perdido.
Ele apenas é outro
e vamos cantar muito ainda...

Daniel Braga

Verso dos que ficam

Verso dos que ficam
Rio de Janeiro, 25/08/2008

Não achei referência ao fotógrafo.
Acordei e estava só.
Hora perdida.
Corremos para dar cabo do tempo.
Tudo andou
mas ainda estava só
e me senti triste.

Percebi então
como você completa minha vida
e como tenho saudades suas.

Volte logo!

Daniel Braga

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Porque o peito dói

Porque o peito dói
Rio de Janeiro, 20/06/2011

Não achei referência ao fotógrafo.
Vazio de amor
repleto de dor.
Vácuo de paixão
empregnado de razão.
Sem saber o que será.
Sem entender o que virá.
Obrigatoriedade do viver.
Maturidade do ser.
Dor que nos deixa sem jeito.
Maldita ferida aberta no peito.

Daniel Braga

quinta-feira, 23 de junho de 2011

O mausoléu sou eu

O mausoléu sou eu
Rio de Janeiro, 22/06/2011

Não achei referência ao autor da imagem.

O mausoléu não existe mais.
É passado e agora entendo
que ele é meu peito.
Nele encerro meu coração
agonizante por vezes
vivo por outras.
Nas paredes
lembranças mofadas,
antigos sonhos secos
e teias de velhos medos.
Até os fantasmas tem receio
de arrastar suas correntes.

Quero apenas voar
mas as asas do gárgula
estão dormentes.

Mas o sol está belo
e o caminho segue
longe...

Daniel Braga

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Pequena Marina

Pequena Marina
Rio de Janeiro, 22/06/2011

Marina, minha afilhada querida!
Linda demais esta minha afilhada
que com carinha de safada
conquista a todos sem querer.

Lindos demais este olhinhos
que mostram bem quietinhos
muitas travessuras, vai saber.

Linda demais esta menina
que sempre nos ensina
como maravilhosa a vida pode ser.

Daniel Braga

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Prata da alma

Prata da alma
Rio de Janeiro, 20/06/2011
Foto minha, por mim mesmo!
Véu de tempo.
Lágrimas eternizadas.
Rugas melhoradas.
Evidências da vida.

Fios feitos de Lua.
Memórias eternas,
algumas lembradas
outras esquecidas.

Teimosa mistura
que bagunça os cabelos.
Elegante grisalho
de emoções sentidas.

Prata da alma.
Fiel testemunha.
Enfeite charmoso
de cabeças vividas.

Daniel Braga

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Beijo em Vancouver

Beijo em Vancouver
Rio de Janeiro, 17/06/2011

Foto: Getty Images
Eram apenas dois.
Um simples casal.
Deitados no meio da rua
eternizaram-se num beijo.

Poesia pura.
Momento singelo
Em meio ao caos.
Imersos na loucura.
Detalhe de uma vida
em meio a muitas vidas.
Silêncio de amor
no meio da cacofonia da turba.

Vancouver não os viu
nem tampouco alguém.
A sorte num clique
congelou um instante
mágico,
único
e singular!

Eram apenas dois.
Um simples casal.
Deitados no meio da rua
eternizaram-se num beijo.

Daniel Braga

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Primeiras montanhas

Primeiras montanhas
Rio de Janeiro, 13/06/2011


Não achei referência ao fotógrafo.
Passei as primeiras montanhas
achando que seriam as maiores.
Doce ilusão de um coração.
O caminho segue infinito
desenhado por Deus.

Descidas e subidas são normais
e o tempo perdido, agora sei
estão na maturidade de minhas pernas
pois apesar de cansadas
não querem mais parar.

Já não me vejo só pelo caminho
apesar da solidão de meu coração.
Novos rostos, sorrisos e emoções
me levam a entender que agora
posso realmente seguir em frente.

Os vales abaixo, caminhos sem fim,
me enchem de esperança.
Ao longe novas montanhas,
desafios que ainda virão e espero
poder trilhá-los com firmeza.

Por enquanto quero uma taverna
para descansar e quem sabe rir um pouco.
O descanso apenas me renova
para as trilhas do dia seguinte
quando continuo a me guiar pelo sol...

Daniel Braga

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Sons da alma

Sons da alma
Rio de Janeiro, 01/06/2011


Sound Wave by Ofelia Uz
Algumas músicas
realmente possuem algo
em sua essência.

Sensibilizam a alma,
nos fazem pensar
e nos fazem sentir.

Nada carnal
nem tampouco banal
mas conseguem mexer.

Notas exatas
explicam o mistério
e revelam nossa alma.

Nem todos sabem
ou desconhecem
como escutar e entender.

Algumas músicas
realmente possuem algo
em sua essência...
Daniel Braga

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Bebedeira

Bebedeira
Rio de Janeiro, 08/12/1996

Bar noise by Max Mannix
A noite me acolhe
e a bebida me ajuda a dormir.
Lembro-me quando criança
o medo, a surpresa e o pensamento.
Tudo sempre foi analisado.
Tudo sempre foi evitado.
Os amigos nunca entenderam
mas ao menos respeitavam
pois a face sempre foi dura.
Mostrar a cara do cofre
e prender tudo o que for possível.
Amar e não saber demonstrar.
Tudo está guardado.
Mostrar é saber.
Sofrer é morrer.
Mostrar sempre sem
nunca ter certeza de nada.
E mais uma vez lembranças.
Ninguém nunca compreendeu,
nem eu compreendi nunca
o que pedia a todos.
Nunca tive respostas de nada,
porém sempre houve uma pressão.
Minha mente não suporta.
O baú é uma boa fuga.
Mas durante quanto tempo.
Quanto mais agüentarei?
Muito já vi e pouco já vivi.
Como uma tortura medieval,
a certeza de uma vida
em que cada momento será difícil;
é fascinante e ruim.
Estou bêbado...

Daniel Braga