terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Parabéns minha filha


Parabéns minha filha
Rio de Janeiro, 24/01/2012

Eu e Luiza. Foto tirada por mim no Harley Day Show.

Passei muito tempo
pensando no que te falar,
no que te escrever
e na dúvida que ficava
não parei para ver
que nenhuma palavra,
carta bem escrita
ou mensagem legal
conseguiria demonstrar
o que sinto por você!

Hoje é seu dia
assim como são
todos os outros.
Só que hoje comemoramos
com festas e bolos,
alegres e felizes,
aquele dia vinte e quatro
quando num choro forte
você disse ao mundo
que tinha chegado.

Lágrimas muito felizes
teimam em brincar de rolar
enquanto lembro alegre
das nossas cantorias
que sem nada combinar
fizeram de Tempo Perdido
a música de nosso sonhar.
E realmente temos
todo o tempo do mundo
e o resto pouco vai importar.

Doces lembranças.
Momentos eternos.
Alegres situações.
Choros sinceros.
Saudade que dói.
Presença que completa.
Melhor filha não há
que um pai possa querer
sem ao menos imaginar
que não seja você.

Seja feliz meu amor...

Daniel Braga

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Tempo e vento

Tempo e vento
Rio de Janeiro, 14/12/2011


Não achei referência ao autor.

Engraçado é o tempo
maleável e imperceptivel,
duro e exato,
argila de Deus.

Por vezes brisa
por outras vento,
erosão da vida
assim é o tempo.

Não devemos entendê-lo
pois não nos cabe este fardo.
Devemos apenas vivê-lo
sem pensar em nada amargo.

O tempo não é de ninguém
ele é apenas compartilhado
como não devemos entender também
para onde o vento é levado.

Engraçado é o tempo.
Engraçado é o vento.

Daniel Braga

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Teatro da vida

Teatro da vida
Rio de Janeiro, 17/11/2011


Não achei referência ao fotógrafo.

Tantos rostos já passaram
pelo palco de minha vida.
Seus nomes não me lembro
nem tampouco seus papeis.

Nas coxias novos rostos
de atores que não conheço.
Novos papéis da minha biografia
ansiosos por mostrar à que vieram.

No fundo, passando sobre o palco
um belo sol dourado
que teima em me mostrar
que já passou do meio dia da vida.

Minha filha, cria amada,
acena passando, com carinho.
Em seu rosto um sorriso.
Em seus olhos lágrimas.

Numa parede a esquerda
alguns porta retratos
daqueles que ja se foram
enfeitando este estranho teatro.

No meio do palco estou eu
afinal sou o ator principal
envergonhado e feliz
fico ali a atuar como posso.

Mas a platéia está vazia
e só vejo lugares vagos.
Percebo então que aquilo
pode ter sido só um ensaio.

Doce ilusão, romantismo de artista.
Na vida não existe ensaio
nem tampouco bilheteria ou platéia
pois quem quer ver tal espetáculo?

Sigamos em frente sem parar.
Continuarei atuando dando meu melhor
aguardando então o fim
onde não ouvirei nenhum aplauso.

Daniel Braga



segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Maldita poesia

Maldita poesia
Rio de Janeiro, 09/12/2011


Não encontrei referência ao fotógrafo.

A poesia é assim
disperdício da vida,
exagero do amor,
absurdos momentos,
loucura da dor,
torrente sem fim,
maldição em palavras,
tempo ao léu,
solidão curtida,
doce saudade,
lágrima seca,
música que se repete.

Preciso de ti
sem saber
nem querer.

A poesia é assim...

Daniel Braga

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Jardim de estátuas

Jardim de estátuas
Rio de Janeiro, 03/11/2011



Não achei referência ao fotógrafo.

Meu peito pesa.
Fardo estranho,
já conhecido de outrora
mas exagerado
não sei porque.

Calado eu fico
e nem o sorriso
quebra este torpor,
paralisia da vida,
petrificação da alma.

Me vejo novamente
como uma estátua,
dantesca figura,
grotesca obra,
infortunada criatura.

Adentrei o jardim da górgona
e me vi escultura.
O medo congela meus passos
mesmo sabendo que ainda
não encontrei a Medusa.

Preciso andar.
Sempre continuar.
Preciso ser Perseu
e enfrentar.
Jogar fora meu coração.

Daniel Braga

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O jogo

O jogo
Rio de Janeiro, 21/04/1997

Tentamos descrevê-la,
            criamos regras,
                        parâmetros.
Reinventamos deuses,
            medimos,
                        padronizamos.
Somos os novos tecelões,
            luzes na escuridão da vida,
                        loucos.
Dançamos sobre a linha
            do real
                        e do imaginário.
Nossas idéias
            explodem
                        em mundos virtuais.
E com dados decidimos futuros,
            a maior mentira
                        que poderíamos criar.
Somos os melhores
            onde não há
                        nada.
Somos jogadores,
            mestres
                        e divindades.
Eternizamos a nós mesmos,
            vivemos o poder
                        sobre a realidade.

Daniel Braga