quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Verso não salvo

Verso não salvo
Rio de Janeiro, 05/12/2012


Não achei referência ao fotógrafo.


Idéia ruim.
Lixo.
Poeira da mente.
Clique no não.
O que não serve.
Apagado.
Obliterado.
Esquecido.
Perdido.

Apenas limpou
a mente que se contorceu,
sem registrar nada
sem lembrar coisa alguma...

Daniel Braga

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Trapo

Trapo
Rio de Janeiro, 30/11/2012

Não achei referência ao fotórgrafo.


Trapo de pano,
pano velho,
velho de muito
muito ser usado,
usado tanto,
tanto quanto o tempo
tempo que é macio,
macio como o pano
pano que envelhece,
envelhece e vira trapo.

Daniel Braga

Prece de um homem cansado

Prece de um homem cansado
Rio, 02/03/2012


Não achei referência ao fotógrafo.

Ter a humildade de admitir
que nada sei
e que me esforço
em tentar entender
o caminho que foi escolhido.

O medo do tempo
ilusório e desesperado
pois este relógio não vejo
e mesmo assim
o sinto tão forte.

Quem saberá ao final
se os passos valeram
e hoje percebo
que pouco importa
pois eles são meus.

Hoje percebo que preciso
como o animal no inverno,
sobreviver a intempérie
na esperança de mais um dia
ver o sol nascer...

Daniel Braga

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

As lembranças são como fotos

As lembranças são como fotos
Rio de Janeiro, 07/11/2012



Foto retirada deste site. Não achei referência ao fotógrafo.

As lembranças por vezes nos traem
ilusões são criadas
de um tempo que não volta mais.
Cenas mofadas de um livro roto
que traz na capa nosso nome.

Só fotos existem ali.
Algumas coloridas, recentes.
Muitas velhas e amareladas.
As mais antigas já embaçadas.

São silenciosas as imagens falando apenas
o que queremos ouvir e entender
sem nos revelar os detalhes.

As lembranças são como fotos
e não escrevemos atrás
o que aquilo significava...

Daniel Braga

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Momentos

Momentos
Rio de Janeiro, 06/11/2012

Não achei referência ao fotógrafo.


Os momentos são únicos,
o tempo lhes dá o privilégio,
e aos vários momentos
chamamos de época
a qual se eterniza
em lembranças e saudades.

Os momentos são únicos,
as épocas são eternas
e o tempo é finito.

Daniel Braga

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Loucura é amar

Loucura é amar
Rio de Janeiro, 03/02/2012




The Final Cut” - Michael Maier
 O amor nos ludibria,
engana a mente,
aprisiona a vontade
onde a solidão
sem esperar nem imaginar
é ferida mortalmente.

Veneno doce
que nos toma a boca
e aos poucos
o corpo inteiro
deixando a alma
entorpecida e sem ação.

Alucinógeno maldito
que da alma
tira a tranquilidade
e nos mostra ao final
que a única verdade
é que estamos completamente errados.

Por isto precisamos
sempre nos apaixonar
para descobrirmos
que não sabemos tudo
principalmente o que advém
do perigo de amar.

Daniel Braga

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Dia das bruxas


Dia das bruxas
Rio de Janeiro, 31/10/1997

Não achei referência ao autor da imagem.

Não ser
o que querem de você.
Não Ter
o que esperam de você.
Não viver
por esperar respeito de alguém.
Não querer
o destino que escolheram para você.
E ainda ouvir
que não é ninguém.
O que é
ser alguém?
Daniel Braga

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Quem tem medo da solidão?

Quem tem medo da solidão?
Rio de Janeiro, 14/05/2012


Não achei referência ao fotógrafo.

Alguns se perdem
em copos labirínticos
que se repetem sem fim
levando-os ao completo torpor.

Outros se perdem
em dores lancinantes
que fazem o peito arder
arrancando lágrimas e sangue.

Existem aqueles que se perdem
em noites intermináveis
onde a escuridão sufocante
rouba-lhes a vontade de dormir.

Mas poucos conseguem
passar por tudo e sorrir
sabendo que o sabor absíntico,
desta doce e estranha bebida
chamada solidão,
precisa curtir a alma
para então ser sabiamente degustada.

Daniel Braga

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Tempo do coração

Tempo do coração
Rio de Janeiro, 01/02/2012



A Persistência da Memória - Salvador Dali
Os dias se perderam
e as horas, hoje
não tem mais função.
O que existe agora
é o tempo do coração.
Por vezes rápido,
por vezes não.
Vontade de estar junto.
Corda da paixão.
Estranho relógio
jogado ao chão.
O que fizemos sem saber
naquela bifurcação
foi apanhá-lo juntos
e sem querer toquei sua mão.
Unimos nossos caminhos
em uma só direção.
A estrada começou agora
mas pouco importa, isto não,
pois estamos juntos, sim
e o tempo quem dita é o coração.

Os dias se perderam
e as horas, hoje
não tem mais função.

Daniel Braga

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Medo de amigo

Medo de amigo
Rio de Janeiro, 18/11/2011


Não achei referência ao fotógrafo.

Deus não me deixe
enterrar meus amigos.
Não vou suportar
suas ausências
nem carregar tampouco
suas alças de caixão.

Fardo terrível
não quero não.
Me livre Deus
te suplico apenas.
Pois eles são mais que amigos
eles são irmãos.

Mórbido poema
és súplica verdadeira
de um homem
que realmente crê
na amizade eterna.

Daniel Braga

sábado, 1 de setembro de 2012

Obrigado Deus

Obrigado Deus
Rio de Janeiro, 10/02/2012


Não achei referência ao fotógrafo.

Não tenho mais palavras
para poder agradecer
pelo caminho que agora
segue para o entardecer.

Segue então minha súplica verdadeira
que sem ser mais do que ninguém
peço que Tua luz, minha figueira,
caia sobre todos e sobre alguém.

Meu coração agora foi arrebatado
e sem esperar minha vida mudou
e eu que antes era um trapo remendado
hoje, como a carpa, aqui estou.

E apesar das mudanças eu imploro
pois as palavras não tenho mais
mas confesso que humildemente te adoro
és meu caminho, minha verdade e minha paz.

Daniel Braga

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Resenha

Resenha
Rio de Janeiro, 16/08/2012

Não achei referência ao autor do desenho.

No final
seremos apenas
uma resenha.

Com sorte ganharemos
duas ou três linhas,
ao menos uma vírgula
e com certeza
um ponto final.

Nem mais nem menos, o justo.
Últimas palavras jogadas ao vento
que poucos lerão
outros menos ouvirão
e que ninguém mais lembrará.

No final
seremos apenas
uma resenha.

Daniel Braga



sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Dois anos


Dois anos
Rio de Janeiro, 17/08/2012

Não achei referência ao fotógrafo.


Lá se foram dois
e quantos mais ainda virão?
Tempo que perde a noção
do que virá depois.

Muito já passou
e nem percebo
do tanto que recebo
sem ver o que sou.

Sou diferente agora
pois muito já vi
e muito senti
por este tempo afora.

Só o vazio permanece
como uma ferida aberta
marca dolorosa e certa
do corpo que padece.

Lá se foi um sonho
e quantos mais ainda virão?
Desejos sem qualquer noção
do que virá depois...

Daniel Braga

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Escrevendo juntos

Escrevendo juntos
Rio de Janeiro, 16/11/2011


Não achei referência ao fotógrafo.

Nos eternizamos
em lembranças.
Boas ou más
realmente pouco importa.
Escrevemos juntos
vários capítulos.
Alguns tristes, outros alegres,
escrevemos sobre a vida.
Hoje nossas penas
rabiscam textos novos.
Parágrafos de solidão
que refletem o que vivemos.
Capítulos de outras histórias
que não mais aquela.
Temos nossas vidas
e devemos aproveitá-las.
Não devemos e nem podemos
parar de escrever.
E um dia quem sabe
ainda vamos rir
pois escrevemos muito
e juntos criamos
a maior obra
que pudemos fazer.

Daniel Braga

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Dança das folhas

Dança das folhas
Rio de Janeiro, 10/08/2012

Não achei referência ao fotógrafo.

A vida por si
não tem fundo musical
mas os sonhos sim.

Movidos a devaneios
somos levados
como folhas ao vento,
trágicas em suas realidades,
belas em espetáculo,
dançando em rodopio
em ritmo de silvo
enquanto adormecidas
sorriem ao som da música.

A vida por si
não tem fundo musical
mas as folhas teimam em dançar...

Daniel Braga

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Arroubo

Arroubo
Rio de Janeiro, 07/08/2012




Meus poemas são
meus medos,
minhas alegrias,
meus sucessos,
minhas tristezas,
meus segredos,
minhas verdades,
meus afetos,
minhas loucuras,
meus momentos,
minhas renúncias,
meus apelos,
minhas derrotas,
meus sorrisos,
minhas raivas,
meus gritos,
minhas paixões,
meus silêncios,
minhas fugas,
meus tormentos,
minhas coragens,
meus caminhos,
minhas solidões.

E se posso um dia
parafrasear Moebius
num assalto de liberdade
ainda que poética
só diria isto:

O momento é meu! O verbo é meu! A poesia é minha!

Daniel Braga

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Alguns sussurros

Alguns sussurros
Rio de Janeiro, 03/02/2012


Não achei referência ao fotógrafo.

Quem é este segredo?
Mulher forte.
Menina em muitas formas.
Furacão arrebatador
que agora percebo
não tenho mais
como fugir.

Quem é esta pessoa?
Desejo em corpo de mulher.
Alegria de garota.
Loucura do homem
que o faz desafiar
a si mesmo
sem pensar em nada.

Quem é este segredo?
Quem é esta pessoa?
Hoje me sinto diferente
e sei que não estou preparado
mas deveria estar?

Daniel Braga

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Raquel

Raquel
Rio de Janeiro, 12/09/1991



Ruby by Jacqui Faye
Razões para te amar são várias
Amo-te infinitamente.
Quero-te só para mim.
Única entre todas.
Especial como és.
Linda como te vi da primeira vez.

Espalho meu sentimento pelo mundo.

Devoto de teu ser.
Ando tonto de tanto carinho.
Nado em mar de felicidade.
Irrequieto como nossos sentimentos.
Entregando-se um ao outro
Loucos um pelo outro.

Daniel Braga

terça-feira, 24 de julho de 2012

Galhos secos


Galhos secos
Rio de Janeiro, 24/07/2012


Não achei referência ao fotógrafo.


Galhos secos não dão flores
mesmo que a árvore
ainda forte e viva
continue à crescer.

Teimoso como só ele
permanece ali
e nem o vento forte
o convence a cair.

Magro e enrugado
ele resume momentos
e nas suas últimas folhas
vão embora as lembraças.

Elas caem ao chão
amontoando-se caóticas
num leito amarelado
de folhas secas.

Mas a árvore quer o céu
e apoiada em suas raízes fortes
segue a subida infinita
levando consigo o galho feio.

Mas galhos secos não dão flores
mesmo que a árvore
ainda forte e viva
continue à crescer.

Daniel Braga

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Lobo solitário

Lobo solitário
Rio de Janeiro, 13/07/2012


Não achei referência ao fotógrafo.

Não existe nada mais triste
que o lobo sem matilha.

Errante ele vaga
sem caminho
nem destino,
sobrevive apenas.
Seus momentos
são vazios
e nem à lua,
seu eterno amor,
ele ousa chamar
pois seu uivo hoje
é o chamado do fim
quando ele esperançoso
encontrará os seus.

Não existe nada mais triste
que o lobo sem matilha.

Daniel Braga

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Palavras libertas

Palavras libertas
Rio de Janeiro, 11/07/2012



Life drawing by Louise Roberts - Melon Cheesecake Blog

Cada mulher que amei,
que sonhei ou beijei,
delas são minhas palavras.
E mesmo estas, tão poucas,
de meu peito são escravas
mas por minhas mãos
conseguem liberdade
pois certo não irei
conseguir parar um dia.

Sem receio ou perdão
num gesto simples
palavras libertas
fazem rascunho
de minha alma,
com coragem,
e de meu coração,
com emoção.

Daniel Braga

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Doce enlevo

Doce enlevo
Rio de Janeiro, 26/01/2012



Paixão de moleque.
Felicidade descompromissada.
Brincadeira de beijo.
Namoro de cinema.
Vontade e desejo.
Sonho bom e sem fim.

Nunca se sabe
     quando seremos felizes...

Daniel Braga

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Vontade de você

Vontade de você
Rio de Janeiro, 08/02/2012

Desire by Pino

Vontade de fazer
carinho em você.
Te beijar muito.
Morder teu lábio.
Sentir tua pele.
Ouvir teus suspiros.
Roçar em você.
Envolver minha mão
em teus cabelos
e te dar prazer.

Muita vontade de você...

Daniel Braga

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Olheiras

Olheiras
Rio de Janeiro, 18/06/2012


Eu por mim mesmo!

As olheiras são poços
cheios de vivência,
abarrotados de emoção,
repletos de experiência,
lotados de solidão.
Desejos lá são jogados
assim como muita frustação.
E fundo seguem os poços
coerentes de razão,
marcados de sofrimento,
atormentados de paixão.
Dentro deles seguem plácidos
espelhos de sentimentos,
densos de vida,
cheios de dúvidas,
certezas e presunção.

Nos poços tudo jogamos
exceto a morte!
Esta não!

As olheiras são os poços
da alma de cada um...

Daniel Braga

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Anotação do viajante

Anotação do viajante
Rio de Janeiro, 18/06/2012


Artesanatum - Diário de viagem

Um dia saí de casa
para uma jornada sem volta.
Mais sozinho não poderia estar,
atormentado por dúvidas
e sentimentos conflitantes,
mas segui apoiado, firme
em minha fé.

Desde que saí olho o céu
e os dias seguem como sempre,
alguns claros, outros não,
mas hoje entendo, não por completo,
que cada passo não foi em vão
pois andei por mim mesmo
e pelo meu coração.

Não me arrependo de nada
e quando penso no quanto andei
lembro apenas que um dia saí de casa
para a jornada de minha vida.

Daniel Braga

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Ondas

Ondas
Rio de Janeiro, 14/06/2012

Para minha amiga Adriana Braga.



Imagem de um artigo da revista Trip.

Amizades são como ondas.
Não param de bater
nas praias de você...

Incessantes mistérios
que não se cansam
momento algum
de mostrar sua força
contra rochedos ou areia.
Nada impede nem para
pois a onda é selvagem
como a amizade verdadeira.
Seja noite, seja dia
elas estão ali sempre
indo e vindo, rugindo.

Amizades são como ondas.
Não param de bater
nas praias de você...

Daniel Braga

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Várias sensações

Várias sensações
Rio de Janeiro, 30/05/2012



Partitura de Everlong - Foo Fighters

Nada como sentir
o cheiro da liberdade.
Ouvir seu belo som
vindo de batidas fortes
e belas canções.
Nada como se sentir vivo
e poder seguir sem medo.
Olhar para frente, sorrindo,
e seguir confiante.

E as belas batidas
continuam fortes
e me trazem sempre
o cheiro da liberdade...

Daniel Braga

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Estranho silêncio

Estranho silêncio
Rio, 27/04/2012



Não achei referência ao fotógrafo.

Existem momentos em que o silêncio
toma todo o caminho.

Não importa onde esteja
ou mesmo com quem
em meio a cacofonia
sua mente nada ouve.

Silêncio atroz e avassalador
que domina a vida
e nos mostra apenas
para onde devemos ir.

Seguimos pelo incerto
e nem mesmo nossos passos
conseguimos ouvir
consumidos pelo silêncio.

Existem momentos em que o silêncio
toma todo o caminho.

Daniel Braga

sábado, 21 de abril de 2012

Insônia sem fim

Insônia sem fim
Rio de Janeiro, 21/04/2012


Não achei referÊncia ao fotógrafo.

Alguns anos atrás
tinha me esquecido,
turbulências da vida,
de ver a aurora.

Tempo de magia
singular e belo
que nos faz somente
refletir um pouco.

Hoje acordo sempre
momentos antes,
cabeça em turbilhão,
deste divino espetáculo.

Seguem as reflexões,
seguem as contemplações,
seguem as autocríticas
em meio a insônia sem fim.

Preciso apenas dormir
e sonhar com o nascer do sol...

Daniel Braga

domingo, 15 de abril de 2012

Lembrança

Lembrança
Rio de Janeiro, 15/04/2012



Não achei referência ao fotógrafo.

Lembrança é a memória
curtida no tempo.

É como a foto amarelada
com olhares sem conteúdo.
É o pensamento mofado
coberto de poeira.

Um dia tudo vira lembrança
até nós mesmos...

Daniel Braga

terça-feira, 10 de abril de 2012

Tribunal de mim

Tribunal de mim
Rio de Janeiro, 10/04/2012



Não encontrei referência ao autor.

Só uma noite
foi o necessário.
Uma única noite
para desnudar
o que sempre esteve claro.
O travesseiro macio
foi o espelho,
cruel acusador,
implacável juiz,
frio carrasco.
Sentença sem perdão
em apenas uma noite.
Me cobri de verdade,
lençol que já conhecia,
e senti o frio da noite
gelando-me de realidade.
Sou meu próprio delito,
sem fiança
ou condicional.

Meu julgamento sumário
levou apenas uma noite.

Daniel Braga

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Sussurros do vento norte

Sussurros do vento norte
Rio de Janeiro, 09/04/2012



Não achei referência ao fotógrafo.

Tão pouco tempo
e tanto.
Não sei como
consegui ir tão longe.
Por outro lado
sei que o caminho
é ainda muito maior.
Sinto o vento
que vem do meu norte
sussurrando para mim
os segredos da vida.
Esperança do homem.
Sonho do menino.
Não entendo seus murmúrios.
Apenas os ouço
enquanto de olhos fechados
deixo a brisa desconhecida
me beijar a face.

Tão pouco tempo
e tanto ainda por vir...

Daniel Braga

domingo, 1 de abril de 2012

Capricho do destino

Capricho do destino
Rio, 28/03/2012



The Swing - Young Lovers Po

Nunca se sabe
quando por deslise,
capricho do destino,
se vê então apaixonado.
É a visão daquela
que te acalma,
te faz sorrir,
da companheira.
Momento sem igual
perdido no tempo,
saudade que surge
sem pedir nada.
É o querer estar junto,
a vontade de compartilhar,
é o cuidado, o carinho,
é o sorriso bobo.
É não saber como lidar
com o peito que antes
tinha esquecido tudo
principalmente como gostar.
É escrever versos assim
sem sentido nem rima
pois o peito quer gritar
mas nem isto sabe como...

Daniel Braga

sexta-feira, 30 de março de 2012

Cumplicidade

Cumplicidade
Rio de Janeiro, 07/04/2011



Ilustração de Virginia Pinon
Quando você ficar brava
eu irei sorrir admirado
e admirando-a
e olharei bem nos seus olhos
felicidade de canto de boca
buscando ver teu sorriso.
Irei então roubar
teu momento impensado
buscando-lhe apenas um afago
e verei teus lindos olhos
fecharem e de tua boca
um sorriso de canto
tímido, aparecer
para juntos ficarmos
pelo tempo que não queremos saber.

Daniel Braga

quarta-feira, 28 de março de 2012

Sonho de mulher

Sonho de mulher
Rio de Janeiro, 04/02/2012


Woman's Back Oil Painting on Canvas

Andas como uma rainha,
imponente e bela,
forte e decidida.
andas sem olhar
aos mortais que te desejam.
Olhares famintos
pela bela mulher.
Cabelos jogados.
Fontes de sonho.
Elegância exalada
pela postura quase divina.

É mulher
e és apenas você
e mesmo assim
me perco em sonhos
sabendo que teu beijo doce
hoje, és meu...

Daniel Braga

terça-feira, 27 de março de 2012

A promessa da chuva

A promessa da chuva
Rio, 26/03/2012




Não achei referência ao fotógrafo.


A mais forte
das chuvas
traz a promessa
da renovação.

Apesar do céu escuro
com suas nuvens
pesadas e cinzas
é só um momento.

Iremos passar por ele
e juntos sorriremos
ao ver o sol
que brilhará intenso.

E ainda assim saberemos
que da chuva forte
nasceu o arco-íris
belo fruto da nossa esperança.

A mais forte
das chuvas
traz a promessa
da renovação.

Daniel Braga

Para meu eterno amor, Luiza, com meu amor eterno...

sexta-feira, 23 de março de 2012

Sonho bom

Sonho bom
Rio de Janeiro, 16/01/2012



Não achei referência ao fotógrafo.

Sem pensar
     nem esperar
          me vi sonhando.

Sonho bom
     que de fantástico
          me arrebatou.

No sonho
     o tempo é ilusão
          e os momentos eternos.

Não quero acordar
     mas não sei mais
          quando a noite vai acabar.

Que a noite
     seja eterna
          e o sonho nunca acabe.

Um dia então,
     sem esperar,
          me vi sonhando...

Daniel Braga

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Asas abertas

Asas abertas
Rio de Janeiro, 24/02/2012



Giant Gargoyle Master Prop

Do que adianta ter asas
e não voar?

Os pés já estão cansados
e o caminho não é fácil.
Os ventos sopram forte
e pelo que vejo
não terei como fugir.

Voar é a opção
não importa o quanto
o vento sopre forte.
Em algum ponto da jornada
acabarei encontrando o abismo.

Abro as asas da criatura
que um dia foi o Gárgula.
Abro minhas asas
e as vejo no reflexo
de um belo e doce riacho.

São fortes e vão aguentar.
Foram anos, décadas
onde só tinha elas
e agora me vejo tímido
de pés ao chão.

Preciso ousar sonhar.

Do que adianta ter asas
e não voar?

Daniel Braga

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O rio

O rio
Rio de Janeiro, 23/02/2012


Não achei referência ao fotógrafo.
Sou como o rio
que corre calmo.
Sinuoso em complexidade,
extenso de tempo
e profundo de sentimento.

Minha mente
é minha nascente
mas desagua em mim
também meu coração
formando um rio grande
entre águas de razão
e águas de paixão.

E o clima da vida
dita minhas cheias.
As chuvas fortes
nas nascentes de minha alma
mostram a força
de minha vazão.

Com a cheia me torno
caudaloso e intenso.
Minhas margens somem
e não tenho limites.
Sou torrente,
água pura,
razão e emoção.
Caos de homem
que só sabe,
por ser rio,
que vai desaguar no mar.

E no mar me perco...

Daniel Braga

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Novas pradarias

Novas pradarias
Rio de Janeiro, 19/01/2012


Não achei referência ao fotógrafo.
Os grandes picos
ficaram para trás.
Novas planicies
verdes e lindas
se abrem à frente.
Ao horizonte avisto
novas montanhas.
Dos perigos de outrora
alguma pedras
ainda se equilibram.
Mas devo andar
pois o sol está lindo
e o caminho segue.

O que mais vou envontrar
não sei
Só sei que meus pés
não querem parar
mesmo sabendo
que o caminho já vai longo...

Daniel Braga

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Dias do novo

Dias do novo
Rio de Janeiro, 31/01/2012


Não achei referência ao fotógrafo.
Ao som da música
vejo a vida diferente.
Dias do novo
com certezas
sobre o futuro
que desconheço
mas que quero demais
desbravar.

O sol está lindo
e o céu muito azul.
Todos continuam suas vidas
mas somente alguns
ouviram a música.

E o som era bom
     e tinha uma batida gostosa...

Daniel Braga

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Hoje

Hoje
Rio de Janeiro, 21/04/1997

Onde estão as pessoas?
Onde estão os sorrisos?
Onde estão os rostos?
Onde estão os amigos?
Onde estão?

Dinheiro

A caminho do nada
vemos respostas.
Encontramos muita gente
e muita coisa.
O vazio é grande

Grana

Palavras de ordem
Em um mundo desordenado.
Sanidade e loucura
são apenas dois lados
da mesma moeda.

Poder

Poucos são verdadeiros
mas já podem bastar.
Também viram o que vi,
passaram e hoje,
estamos juntos.

Daniel Braga

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Areia e concha

Areia e concha
Rio de Janeiro, 08/02/2012


Praia Brava - Paraty

Somos conchas na praia
castigadas pelo mar.
Alguns poucos
estão inteiros
mas a maioria
são cacos,
restos de conchas
marcadas pelas ondas,
marcadas pela vida.

Não percebemos entretanto
que somos parte da praia
e mesmo o menor dos cacos
pode virar a mais fina
e bela areia.

E a praia
sempre estará lá
linda e misteriosa
com suas ondas,
com a areia
e com as conchas...

Daniel Braga

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Certeza do poeta

Certeza do poeta
Rio de Janeiro, 03/02/2012



Writing to Father - Eastman Johnson
Todos meus poemas
foram devidamente sentidos.
Esta é a única certeza que tenho,
estejam eles todos
certos ou errados,
loucos ou sãos,
na medida ou exagerados,
foram devidamente sentidos.

E nem a cabeça
nem o coração
param por um só instante...

Daniel Braga

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Sonho de um beijo

Sonho de um beijo
São Paulo, 24/03/2011


"Na Cama - O Beijo", Toulouse Lautrec
A loucura de arriscar
me fez então perceber
que se nada fizesse
não teria você.

Um simples momento,
a sorte lançada,
poucas palavras,
apenas um sorriso.

Intenso, algo surgiu
bobo e descompromissado,
nos envolveu,
e não fizemos nada.

Não queríamos fazer,
e sim apenas viver,
do ponto mais alto,
sentir, sonhar e ousar.

Magia e sedução.
Galanteios e olhares.
Promessas de criança
eternizadas na vista.

E que vista eram teus olhos,
as mais belas jóias
de todas as mais belas.
Segredos por vir.

Só posso hoje sonhar
um pouco mais com teu beijo
que foi roubado, desejado
e ainda assim prometido.

Um dia seguinte, longe,
da promessa de uma vida,
da brincadeira de amantes
e da maravilha de uma noite.

A loucura de arriscar
me fez então perceber
que se nada fizesse
não teria você.

Daniel Braga

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Parabéns minha filha


Parabéns minha filha
Rio de Janeiro, 24/01/2012

Eu e Luiza. Foto tirada por mim no Harley Day Show.

Passei muito tempo
pensando no que te falar,
no que te escrever
e na dúvida que ficava
não parei para ver
que nenhuma palavra,
carta bem escrita
ou mensagem legal
conseguiria demonstrar
o que sinto por você!

Hoje é seu dia
assim como são
todos os outros.
Só que hoje comemoramos
com festas e bolos,
alegres e felizes,
aquele dia vinte e quatro
quando num choro forte
você disse ao mundo
que tinha chegado.

Lágrimas muito felizes
teimam em brincar de rolar
enquanto lembro alegre
das nossas cantorias
que sem nada combinar
fizeram de Tempo Perdido
a música de nosso sonhar.
E realmente temos
todo o tempo do mundo
e o resto pouco vai importar.

Doces lembranças.
Momentos eternos.
Alegres situações.
Choros sinceros.
Saudade que dói.
Presença que completa.
Melhor filha não há
que um pai possa querer
sem ao menos imaginar
que não seja você.

Seja feliz meu amor...

Daniel Braga

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Tempo e vento

Tempo e vento
Rio de Janeiro, 14/12/2011


Não achei referência ao autor.

Engraçado é o tempo
maleável e imperceptivel,
duro e exato,
argila de Deus.

Por vezes brisa
por outras vento,
erosão da vida
assim é o tempo.

Não devemos entendê-lo
pois não nos cabe este fardo.
Devemos apenas vivê-lo
sem pensar em nada amargo.

O tempo não é de ninguém
ele é apenas compartilhado
como não devemos entender também
para onde o vento é levado.

Engraçado é o tempo.
Engraçado é o vento.

Daniel Braga

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Teatro da vida

Teatro da vida
Rio de Janeiro, 17/11/2011


Não achei referência ao fotógrafo.

Tantos rostos já passaram
pelo palco de minha vida.
Seus nomes não me lembro
nem tampouco seus papeis.

Nas coxias novos rostos
de atores que não conheço.
Novos papéis da minha biografia
ansiosos por mostrar à que vieram.

No fundo, passando sobre o palco
um belo sol dourado
que teima em me mostrar
que já passou do meio dia da vida.

Minha filha, cria amada,
acena passando, com carinho.
Em seu rosto um sorriso.
Em seus olhos lágrimas.

Numa parede a esquerda
alguns porta retratos
daqueles que ja se foram
enfeitando este estranho teatro.

No meio do palco estou eu
afinal sou o ator principal
envergonhado e feliz
fico ali a atuar como posso.

Mas a platéia está vazia
e só vejo lugares vagos.
Percebo então que aquilo
pode ter sido só um ensaio.

Doce ilusão, romantismo de artista.
Na vida não existe ensaio
nem tampouco bilheteria ou platéia
pois quem quer ver tal espetáculo?

Sigamos em frente sem parar.
Continuarei atuando dando meu melhor
aguardando então o fim
onde não ouvirei nenhum aplauso.

Daniel Braga



segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Maldita poesia

Maldita poesia
Rio de Janeiro, 09/12/2011


Não encontrei referência ao fotógrafo.

A poesia é assim
disperdício da vida,
exagero do amor,
absurdos momentos,
loucura da dor,
torrente sem fim,
maldição em palavras,
tempo ao léu,
solidão curtida,
doce saudade,
lágrima seca,
música que se repete.

Preciso de ti
sem saber
nem querer.

A poesia é assim...

Daniel Braga

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Jardim de estátuas

Jardim de estátuas
Rio de Janeiro, 03/11/2011



Não achei referência ao fotógrafo.

Meu peito pesa.
Fardo estranho,
já conhecido de outrora
mas exagerado
não sei porque.

Calado eu fico
e nem o sorriso
quebra este torpor,
paralisia da vida,
petrificação da alma.

Me vejo novamente
como uma estátua,
dantesca figura,
grotesca obra,
infortunada criatura.

Adentrei o jardim da górgona
e me vi escultura.
O medo congela meus passos
mesmo sabendo que ainda
não encontrei a Medusa.

Preciso andar.
Sempre continuar.
Preciso ser Perseu
e enfrentar.
Jogar fora meu coração.

Daniel Braga

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O jogo

O jogo
Rio de Janeiro, 21/04/1997

Tentamos descrevê-la,
            criamos regras,
                        parâmetros.
Reinventamos deuses,
            medimos,
                        padronizamos.
Somos os novos tecelões,
            luzes na escuridão da vida,
                        loucos.
Dançamos sobre a linha
            do real
                        e do imaginário.
Nossas idéias
            explodem
                        em mundos virtuais.
E com dados decidimos futuros,
            a maior mentira
                        que poderíamos criar.
Somos os melhores
            onde não há
                        nada.
Somos jogadores,
            mestres
                        e divindades.
Eternizamos a nós mesmos,
            vivemos o poder
                        sobre a realidade.

Daniel Braga