Rio de Janeiro, 19/11/2010
Maldita lâmina,
adaga da dúvida,
que rasga a alma,
sangra fundo.
Queria muito
ser o pregador da parábola
mas tenho pedras
em minhas mãos.
Delas escorre sofrimento.
Delas emana solidão.
Delas pinga o escárnio.
Delas chora a disilusão.
Elas pesam muito
pelos meus pecados
de então.
Não consigo largá-las
e vejo meu nome
ao longe
escrito no chão.
Triste destino.
Horrível sensação.
Devo me retirar
e voltar ao caminho.
Não me cabe julgar
e gostaria que não
me coubesse sentir.
Maldita vida,
eterno tormento,
jogada pelo caminho
como poeira ao vento.
Daniel Braga
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