Rio de Janeiro, 24/01/1992
I.
Porque tenho eu de sofrer
se tudo o que fiz foi sem intenção?
Porque tenho de me humilhar
se tudo o que peço é perdão?
Porque tenho de me iludir
se a resposta que virá será ruim?
Porque tenho que amar
se tenho a pretensão de achar que tenho tudo
Porque eu não me mato?
Porque não cessa o sofrimento?
Porque o amor tem de ser assim?
Porque o amor tem de nos levar no limiar da loucura?
Desespero é o meu presente emocional.
Integridade humana é minha arma.
Sombrio é o fim do túnel.
II.
Maldito sejam os motivos
que me levaram a tal decisão
de perder quem realmente amava
em nome de algo em vão.
Maldito seja o pensamento
que me faz sofrer
com tanta crueldade
que chego a pedir para morrer.
Maldito seja eu
que venho a me apaixonar
sabendo das conseqüências
que este ato louco venha a dar.
Malditas sejam as mulheres
que com seus jeitos carinhosos
nos controlam a distância,
nos colocando em labirintos tortuosos.
Daniel Braga