segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Amar

Amar
Rio de Janeiro, 24/01/1992

            I.

Porque tenho eu de sofrer
se tudo o que fiz foi sem intenção?
Porque tenho de me humilhar
se tudo o que peço é perdão?
Porque tenho de me iludir
se a resposta que virá será ruim?
Porque tenho que amar
se tenho a pretensão de achar que tenho tudo

Porque eu não me mato?

Porque não cessa o sofrimento?

Porque o amor tem de ser assim?

Porque o amor tem de nos levar no limiar da loucura?

Desespero é o meu presente emocional.
Integridade humana é minha arma.
Sombrio é o fim do túnel.

            II.

Maldito sejam os motivos
que me levaram a tal decisão
de perder quem realmente amava
em nome de algo em vão.

Maldito seja o pensamento
que me faz sofrer
com tanta crueldade
que chego a pedir para morrer.

Maldito seja eu
que venho a me apaixonar
sabendo das conseqüências
que este ato louco venha a dar.

Malditas sejam as mulheres
que com seus jeitos carinhosos
nos controlam a distância,
nos colocando em labirintos tortuosos.

Daniel Braga

Nenhum comentário:

Postar um comentário