sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sonho do Tempo

Sonho do Tempo
Rio de Janeiro, 12/03/1997

...quantos rostos já vi,
e nomes que não me lembro...

O tempo da vida.
Tão curto,
            tão rápido.
Sem pensar,
            primeiro.
Uma frase diz tudo.

O tempo de uma vida inteira.

Desta vez,
Tão longo,
            tão devagar.
Pensar no tempo,
            agora.
Ansiedade.
Tranqüilidade.
O tempo nos guia
e não sabe o caminho.
O tempo é cego,
            mutável e
                        mágico.

...quantos rostos já vi,
e nomes que não me lembro...

Cada momento,
um lapidar.
Só o tempo pode.
Tão duro,
            tão frio.
Somos gemas
nas mãos do artista.

O tempo de uma vida inteira.

Brincar de contar grãos de areia,
Disputar com o tempo
sabendo da covardia.
Subir em uma montanha.
Pular de uma ponte.
Correr pelas brechas do tempo.
Uma fotografia.
Uma lembrança.
Uma cicatriz.
Levar o tempo consigo.
Iludir o tempo.

...quantos rostos já vi,
e nomes que não me lembro...

Viver sem perceber.
Respeitar o tempo.
Correr contra o relógio.
Deitar na grama e olhar o céu.
Um grande amor.
Um flerte.

O tempo de uma vida inteira.

Ser feliz,
                                    há tempo?
Amar e ser amado,
                                    há tempo?
Sonhar,
                                    há tempo?
Encontrar à tempo,
                                    há tempo?

...quantos rostos já vi,
e nomes que não me lembro...

São tantos sentimentos.
Amar, odiar.
Sentir, sofrer.
Tantos como os segundos do tempo.
Cada qual em seu momento,
da sua maneira.
Viver sem pensar.
Pensar sem viver.

O tempo de uma vida inteira.

Sem saber, olhei
e vi o tempo passar
diante dos meus olhos
e do meu rosto perplexo,
percebi que sua magia existe
e então aprendi,
sonhei e refleti,

...quantos rostos já vi,
e nomes que não me lembro...

Daniel Braga

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