quarta-feira, 1 de junho de 2011

Bebedeira

Bebedeira
Rio de Janeiro, 08/12/1996

Bar noise by Max Mannix
A noite me acolhe
e a bebida me ajuda a dormir.
Lembro-me quando criança
o medo, a surpresa e o pensamento.
Tudo sempre foi analisado.
Tudo sempre foi evitado.
Os amigos nunca entenderam
mas ao menos respeitavam
pois a face sempre foi dura.
Mostrar a cara do cofre
e prender tudo o que for possível.
Amar e não saber demonstrar.
Tudo está guardado.
Mostrar é saber.
Sofrer é morrer.
Mostrar sempre sem
nunca ter certeza de nada.
E mais uma vez lembranças.
Ninguém nunca compreendeu,
nem eu compreendi nunca
o que pedia a todos.
Nunca tive respostas de nada,
porém sempre houve uma pressão.
Minha mente não suporta.
O baú é uma boa fuga.
Mas durante quanto tempo.
Quanto mais agüentarei?
Muito já vi e pouco já vivi.
Como uma tortura medieval,
a certeza de uma vida
em que cada momento será difícil;
é fascinante e ruim.
Estou bêbado...

Daniel Braga

Nenhum comentário:

Postar um comentário